Concurso Orla Livre

O Lago Paranoá, como centralidade de Brasília, aproxima a Brasília-Plano Piloto da Brasília-metropolitana. O partido reposiciona o entendimento do Plano Piloto como perímetro tombado isolado e expande as escalas monumental, residencial, gregária e bucólica do projeto de Lucio Costa para além das margens do Paranoá com o objetivo de integrá-lo a sua região metropolitana. A proposta prolonga a escala monumental para além da orla do lago com a criação do Parque Jaburu e a criação da estação intermodal Juscelino Kubitschek. O Parque que se integra ambientalmente à lagoa do Jaburu e suas áreas de preservação de cerrado nativo abre-se para a paisagem do lago e para a vista da Ermida Dom Bosco, marco histórico de sua fundação. A orla deixa de ser privada ou restrita a pequenas bordas e a cidade volta-se para o lago integrando-se a edificações existentes como o Centro Cultural Banco do Brasil. O Parque será conectado por estação intermodal de transporte rápido público e lacustre interligando os eixos de transporte existentes e as outras margens do lago. Reconfigura-se a escala residencial dos Setores de Habitação Individuais Sul e Norte, os setores de Mansões Isoladas Sul e Norte com a abertura das áreas verdes e a criação dos “entreconjuntos”, retomando o conceito das Entrequadras do Plano Piloto. Os entreconjuntos, antigas áreas verdes ocupadas pelas residências no Lago Sul e Norte, serão os acessos para a orla livre do lago. Haverá também a possibilidade de alocar pequenas comerciais com uso misto nestas áreas, ativando o uso e apropriação. Cada Entreconjunto possibilitará a visual direta do lago pela via principal do Lago Sul e via das quadras do Lago (QL) do Lago Norte. A ampliação da rede de transporte em torno do lago também facilitará o acesso da população local e de outras regiões pelo entreconjuntos. Ciclovias, vias de pedestres tanto na porção sul como na norte farão a circulação transversal do território interligando a região dos condomínios no Jardim Botânico, como também a região do Paranoá e do Taquari. Expande-se a escala gregária com a criação de centros de vivencia ao longo da orla com vocações específicas como educação, cultura, desenvolvimento ambiental, técnico e científico, esportiva, comercial, etc. Esses centros estão próximo a estações intermodais. Nestas estações estarão previstos bolsões de estacionamentos, onde o habitante deixa seu automóvel e atravessa rapidamente via VLT o lago em direção às áreas centrais. Evita-se, portanto, grandes aglomerados de veículos nas áreas gregárias já existentes. A orla próxima a via L4 sul e norte também terá a ampliação de atividades e sua rede de mobilidade expandida, especialmente no eixo leste-oeste. Haverá também ciclovias unindo as áreas do Cruzeiro, Sudoeste e Noroeste às margens do lago conectando a parte leste e oeste do Plano Piloto ao lago. E finalmente, como espera-se da orla, a ampliação da escala bucólica com a apropriação e acessibilidade permanente da totalidade da população. As diversas áreas de parques colocam o lazer, a preservação e a educação ambiental como pilares da apropriação de uma orla livre e desimpedida. Esses parques estão localizados nas áreas que potencializam um mobilidade intra-urbana entre diversos pontos nas margens do Paranoá. Desta forma, as estações intermodais nestes locais terão também transportes lacustres para a mobilidade dentro do lago. Esses parques também abrigarão outras atividades como centros de excelência e de formação educativa, técnica ou esportiva para a população. Será uma forma de constituir uma apropriação durante todos os dias da semana e compartilhar seu uso e formas de manutenção do espaço público. O Masterplan pode ser resumido por três estratégias principais: o Lago como reconhecida paisagem da capital ambientalmente preservada; a mobilidade da orla integrada às regiões metropolitanas e entre suas margens; a implantação de parques e centros na orla para além e atividades de lazer como atividades educacionais, científicas, culturais, esportivas; O Masterplan da Orla do Lago Paranoá tem como objetivo maior a reconfiguração de sua orla, não somente como paisagem livre, mas como paisagem da capital, paisagem do cerrado e paisagem de nosso cotidiano. Equipe técnica: Bruno Pedro Alves de Campos, Luciana Sabóia Fonseca Cruz, Rodrigo Xavier da Cunha, Tauana Ramthum do Amaral, Lucas Batista de Abreu, Thais Lacerda de Castro, Hugo Aragão da Rocha, Marcelo Aquino Corte Real da Silva, Mariana Fernanda Amaral de Souza.

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